Guia prático: como mensurar os ganhos da automação

Profissionais de TI colaborando e analisando dados em múltiplos monitores para mensurar ganhos da automação em um processo complexo

Muitas empresas adotam a automação com a promessa de maior eficiência, mas, na prática, poucas conseguem ir além da percepção subjetiva de que “as coisas estão mais rápidas”. Essa falta de dados concretos cria um gargalo estratégico: sem uma forma clara de mensurar os ganhos da automação, torna-se difícil provar o valor do investimento, garantir orçamento para novos projetos e otimizar a operação de forma contínua.

A verdade é que apenas “sentir” a melhoria não é o suficiente. Para transformar a automação em uma vantagem competitiva real, é preciso traduzir os resultados em números, comparando a eficiência antes e depois da automação. Provar o retorno sobre o investimento (ROI) não é somente uma formalidade financeira, mas uma ferramenta de gestão indispensável.

Este artigo é um guia prático para resolver esse desafio. Vamos explorar os principais KPIs de automação, as diferentes categorias de métricas que sua empresa deve acompanhar e como as ferramentas certas podem oferecer uma visão clara e analítica sobre o impacto operacional das suas iniciativas.

Por que “sentir” a melhoria não é suficiente?

Implementar uma nova plataforma de automação e ouvir feedbacks positivos da equipe é um bom começo, mas é um risco confiar apenas em evidências qualitativas. A ausência de métricas claras pode levar a certos problemas, como:

  • Dificuldade em obter buy-in: Sem dados que comprovem o ROI de plataformas de automação, é difícil convencer a liderança a aprovar novos investimentos ou a expandir o uso da tecnologia para outras áreas.
  • Incapacidade de otimizar: Se você não sabe exatamente onde e como a automação está gerando valor, fica difícil saber como melhorar. Processos podem ser automatizados de forma ineficiente, e sem dados, esses gargalos permanecem invisíveis.
  • Valor não percebido: A equipe pode estar economizando horas de trabalho, mas se esse ganho não for quantificado, ele não é devidamente valorizado pela organização, e o verdadeiro impacto operacional da tecnologia fica subestimado.

Para mensurar os ganhos da automação de forma eficaz, o primeiro passo é sempre estabelecer uma linha de base. Antes de implementar qualquer mudança, documente o desempenho do seu processo atual. Quantas horas são gastas? Qual a taxa de erros? Qual o custo de cada transação? Para medir o progresso, é ideal saber exatamente de onde se partiu.

Os 3 pilares para mensurar os ganhos da automação

O ideal é que a análise do sucesso da automação seja multifacetada, já que os ganhos raramente se limitam a um único aspecto do negócio. Por isso, uma abordagem eficaz divide a medição em três pilares principais: eficiência, qualidade e impacto financeiro.

1. Métricas de eficiência e produtividade

Este pilar foca nos ganhos operacionais mais diretos e quantificáveis. O objetivo aqui é entender se a sua equipe está conseguindo produzir mais, em menos tempo e com menos esforço. Os principais KPIs de automação a serem monitorados são:

  • Redução do tempo de ciclo: mede o tempo total que um processo leva do início ao fim. A automação deve reduzir drasticamente este indicador, eliminando esperas e gargalos manuais;
  • Aumento do throughput: refere-se ao número de tarefas ou processos concluídos em um determinado período (por dia, semana ou mês). Um aumento no throughput indica um ganho claro de capacidade;
  • Redução da taxa de erros manuais: compare a quantidade de erros (ex.: dados inseridos incorretamente, pagamentos duplicados) antes e depois da automação. É uma das métricas de produtividade que mais evidenciam a qualidade da automação.
Analista de dados trabalhando em um computador em um escritório de tecnologia, analisando métricas de produtividade
A análise de dados de processos é fundamental para traduzir a eficiência operacional obtida com a automação

2. Métricas de qualidade e compliance

Nem todos os ganhos são sobre velocidade. A automação também aprimora a qualidade, a padronização e a segurança dos processos. Essas métricas são cruciais, especialmente em setores regulados.

  • Aderência a SLAs (Service Level Agreements): meça a porcentagem de processos ou tarefas concluídas dentro do prazo acordado. A automação garante o cumprimento dos SLAs de forma consistente;
  • Rastreabilidade e auditoria: um dos principais benefícios da automação é a criação de uma trilha de auditoria completa e automática. A facilidade de rastrear cada etapa de um processo é, por si só, um ganho de governança bem relevante;
  • Redução de riscos de conformidade: processos automatizados garantem que as regras de negócio e as políticas de compliance sejam seguidas sem desvios, reduzindo o risco de multas e penalidades.

3. Métricas financeiras e de impacto no negócio

Este é o pilar que traduz os ganhos operacionais em resultados financeiros, provando o valor da automação para a liderança.

  • Redução do custo por transação: calcule o custo de executar um processo (ex.: processar uma fatura, integrar um novo cliente) antes e depois da automação, considerando as horas de trabalho economizadas;
  • Aumento da capacidade da equipe: meça as horas de trabalho que a automação liberou. Essas horas podem ser reinvestidas em atividades estratégicas que geram receita, como inovação, análise de dados e relacionamento com clientes;
  • Retorno sobre o Investimento (ROI): é a métrica final para mensurar os ganhos da automação. Para tangibilizar esse valor, um estudo da Forrester, o The Total Economic Impact™ of Pipefy, mostrou que a plataforma pode gerar um ROI de 260% em três anos, consolidando ganhos de produtividade, custos evitados e outros benefícios de negócio.

O próximo nível: mensurando o impacto dos Agentes de IA

Enquanto a automação tradicional é uma excelente ferramenta para otimizar tarefas estruturadas, muitos processos de negócio possuem etapas que exigem mais do que seguir regras fixas. É o caso da análise de documentos não-padronizados, da tomada de decisões baseada em múltiplos critérios ou do tratamento de exceções imprevistas. É nesse ponto que os Agentes de IA (Inteligência Artificial) podem ser adicionados à automação, preenchendo essa lacuna.

Eles podem ser integrados ao fluxo de trabalho como especialistas digitais, capazes de executar tarefas cognitivas e operacionais sem depender de intervenção humana. Por agregarem essa camada de inteligência, é valioso medir o seu impacto de forma diferente, focando não apenas na velocidade, mas na qualidade e autonomia de suas decisões. Para avaliar o sucesso dos Agentes de IA, é válido adicionar os seguintes KPIs à sua análise:

  • Taxa de decisão autônoma: aponta a porcentagem de etapas ou decisões que o Agente de IA conseguiu resolver sem intervenção humana. Um índice alto aqui sugere que a equipe está sendo acionada principalmente para exceções complexas, maximizando o ganho de eficiência;
  • Redução no tempo de tratamento de exceções: este KPI mede o tempo que a equipe leva para resolver um problema após o Agente de IA o identificar e escalar com os dados necessários. O agente não apenas executa, mas prepara o terreno para a resolução humana, o que tende a acelerá-la;
  • Índice de acurácia preditiva: caso o agente realize análises preditivas, este indicador mede a precisão dessas previsões em comparação com os resultados reais. Uma alta acurácia indica que a inteligência do agente está gerando insights de valor para o negócio.

Leia mais: Confira os 5 passos para começar a automatizar processos com IA

Eficiência “antes” e “depois” da automação


Para visualizar o impacto de forma mais tangível, veja esta tabela comparativa:

Métrica (KPI)Cenário Manual (Antes)Cenário Automatizado (Depois)Como Mensurar
Tempo de CicloDias ou semanas, dependente de aprovações e trocas de e-mailHoras ou minutos, com tarefas e alertas automáticosFerramentas de analytics/monitoring da plataforma de automação
Taxa de ErrosAlta, devido à entrada manual de dados e falhas de comunicaçãoPróxima de zero, com validações automáticas de dados e regrasAnálise de retrabalho, relatórios de correção e auditorias
Custo por ProcessoElevado, considerando o tempo gasto por múltiplos colaboradoresReduzido drasticamente, com o custo focado apenas na gestão de exceçõesCálculo do custo da hora de trabalho vs. o tempo gasto por processo
VisibilidadeNula ou baixa, com informações espalhadas em planilhas e e-mailsTotal e em tempo real, com dashboards centralizados e acessíveisFeedback qualitativo dos gestores e tempo gasto em follow-ups

Leia mais: Automação com Agentes de IA: faça download do guia completo para transformar os processos da sua empresa

Ferramentas essenciais: do dashboard ao process mining

Para coletar e analisar essas métricas de forma eficaz, as empresas precisam das ferramentas certas, que geralmente estão integradas às plataformas de automação modernas.

  • Analytics & Monitoring: Dashboards e relatórios em tempo real são a base para mensurar os ganhos da automação. Eles permitem acompanhar os KPIs de automação de forma visual e intuitiva, identificando gargalos e medindo o desempenho em relação às metas. Uma plataforma como o Pipefy oferece recursos robustos de analytics/monitoring nativos.
  • Process Mining: Para uma análise mais profunda, o Process Mining é uma tecnologia poderosa. Ferramentas de Process Mining analisam os logs de eventos de seus sistemas para criar um mapa visual de como seus processos realmente funcionam, sem achismos.
Um monitor exibindo um workflow complexo em uma plataforma de automação, essencial para mensurar ganhos da automação
Ferramentas visuais, como dashboards e modeladores de processos, permitem não apenas construir a automação, mas também monitorar KPIs e identificar gargalos em tempo real

Exemplo prático: calculando o ROI em um processo de Contas a Pagar

Para tornar esses conceitos mais concretos, vamos considerar um cenário fictício. Imagine uma empresa de bens de consumo que processa cerca de 2.000 faturas por mês.

O cenário “antes”

O processo é essencialmente manual: uma equipe de três pessoas recebe faturas por e-mail, insere os dados no ERP, envia para aprovação e agenda o pagamento. Uma análise de linha de base (o “antes”) revela que:

  • Tempo médio por fatura: 4 dias (da recepção à aprovação);
  • Custo por fatura: R$ 12 (calculado com base no tempo da equipe);
  • Taxa de erro: 4% (resultando em pagamentos duplicados ou atrasados).

Como seria a implementação

A empresa poderia adotar o Pipefy para automatizar o processo. Um workflow inteligente seria criado, contando com um Agente de IA para capturar as faturas via e-mail, extrair os dados e rotear as aprovações automaticamente com base no valor e no centro de custo.

O cenário “depois”

Após três meses, seria possível alcançar os seguintes resultados:

  • O tempo médio por fatura cairia para 6 horas;
  • O custo por fatura seria reduzido para R$ 3 (a equipe agora só lida com exceções);
  • E a taxa de erro diminuiria para menos de 0.5%.

Leitura complementar: ROI da automação no-code: como calcular para processos

FAQ

1. Quais são os primeiros KPIs de automação que devo acompanhar?

Comece com os mais simples e de maior impacto: tempo de ciclo do processo, taxa de erros manuais e volume de tarefas concluídas por período (throughput). Esses três indicadores já fornecem uma excelente visão da eficiência antes e depois da automação.

2. Preciso de ferramentas complexas, como o Process Mining, para começar?

Não. Para a maioria das empresas, os recursos de analytics/monitoring, como dashboards e relatórios, disponíveis em plataformas como o Pipefy, são mais do que suficientes para começar a mensurar os ganhos da automação. O Process Mining é um passo mais avançado, ideal para otimizar operações em grande escala.

3. Como posso medir ganhos não-financeiros, como a satisfação da equipe?

Ganhos qualitativos podem ser medidos através de pesquisas de satisfação (NPS interno), entrevistas com as equipes e análise da taxa de turnover. Pergunte à equipe como a automação mudou seu dia a dia e se eles se sentem mais engajados em tarefas estratégicas.

4. Com que frequência devo revisar minhas métricas de produtividade?

Para KPIs operacionais, como tempo de ciclo e volume, o ideal é um acompanhamento em tempo real ou semanal através de dashboards. Para métricas mais estratégicas, como o ROI, a recomendação é fazer uma análise trimestral ou semestral para avaliar o impacto de longo prazo.

5. A automação pode prejudicar algum KPI no início?

É possível que haja uma pequena queda de performance durante o período de adaptação e ajuste fino do novo processo. Por isso, é importante comunicar a mudança para a equipe e acordar um período de assistência para garantir que a transição seja suave e que os KPIs de automação comecem a mostrar melhorias rapidamente.

Da automação à análise de resultados com o Pipefy

A automação, por si só, não deve ser o objetivo final. O verdadeiro poder está em criar um ciclo de melhoria contínua – e isso só se torna possível com dados. Diante disso, o Pipefy pode ser a solução ideal, já que a plataforma não apenas automatiza os seus processos, mas também fornece a visibilidade necessária para mensurar os ganhos da automação de forma precisa e intuitiva.

Com recursos nativos de analytics/monitoring, a plataforma permite que você crie dashboards personalizados para acompanhar todos os KPIs de automação em tempo real, inclusive o desempenho dos seus Agentes de IA. Você pode extrair relatórios detalhados sobre o tempo de ciclo de cada processo, identificar gargalos e ter uma visão completa do seu impacto operacional.

Clique no botão abaixo para agendar uma demonstração gratuita e descubra como o Pipefy pode ajudar sua empresa a não apenas automatizar, mas também a medir e provar o valor de cada processo otimizado:

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